Em 2003 fomos mergulhar em Tulamben, uma vila de pescadores, no nordeste de Bali. Três horas de Kuta / Legian / Seminyak. Contratamos um motorista, que se chamava Ketuk, e nos levou por USD 50.
O principal atrativo da vila é mergulho. Tem grande variedade de hotéis, a maioria com operadoras próprias. Na alta temporada lota, e é preciso reservar com antecedência, são mais de 200 mergulhadores por dia.
Ficamos só uma noite. Fomos sem hotel. Era agosto, baixa temporada. Tava tudo vazio, ficamos no primeiro que paramos, o Emerald Tulamben Resort. Um hotel gigante e barato, USD 60 com café da manhã. Pé na areia, ou melhor, pé nas pedras. Tulamben está próxima a base do Monte Agung, as praias quase não tem areia, são cheias pedras vulcânicas.
Logo descobrimos que éramos os únicos hóspedes. Foi show! Aproveitamos a tarde na piscina, e no fim do dia fomos caminhando até a vila. Uns vinte minutos no breu total. Por lá também não tinha ninguém, paramos num misto de quitanda com Lan house, demos notícias para a família e compramos noodles, nome fashion para miojo.
Voltamos para o hotel de moto-táxi. Cinco dólares por pessoa. Passeio divertido e arriscado. Comemos o noodle na varanda do quarto com um super visual, ao som do mar rolando as pedras. Felizes da vida. O miojo era pura pimenta!! Todos são. O segredo é não colocar todos os saches, só um pouco dos menos estranhos.
No dia seguinte mergulhamos em um naufrágio a poucos minutos do hotel, e que está entre os mais visitados do mundo. O navio americano Liberty. Ele foi torpedeado por um submarino japonês em 1942 na costa de Lombok. Está a 30 metros de profundidade, com 120 metros de comprimento, tomado por corais e anêmonas. É a casa de várias moréias, barracudas gigantescas, e peixes leão raros. São 20 metros de visibilidade, e está grudado na praia. Não é necessário embarcação. Tem o inconveniente de ter de caminhar pela a praia com o peso do equipamento. Mas o mergulho é show, vale a pena. Custa em média quinhentas mil rúpias (USD 40).
Depois do mergulho, contratamos outro motorista para nos levar até o porto de Padang Bai. O seu nome também era Ketuk! E também custou USD 50. Conversando com ele descobrimos que não era uma coincidência. O nome dos balineses são de acordo com a ordem de nascimento. O primeiro é Wayan. O segundo Made. O terceiro Nyoman. E o quarto, Ketuk. Se for mulher, acrescenta o Ni na frente. Se forem mais filhos repete a sequência. Hoje é raro repetir. Nas nossas últimas viagens, não conhecemos nenhum Ketuk, só Wayans e Mades. Os USD 50 também não eram coincidência, é quanto eles gostam de cobrar pelos deslocamentos entre as regiões de Bali. Para os maiores percursos é um valor justo, para os menores é caro. É preciso negociar antes e sempre pechinchar.