Na nossa viagem de 2003, Trawangan foi nosso terceiro stop na Indonésia. Junto com Memo e Air formam as Gili Islands. Um paraíso de água azul turquesa transparente, perfeito para mergulho.
A ilha é de maioria muçulmana. Os minutos seguintes ao Adhan: O chamado para a oração, é um dos poucos momentos em que se nota a religião. Eles param qualquer atividade para atender ao chamado. Em pouco tempo estão de volta. É um povo simpático e curioso. Muito curioso. Com apenas 1.500 habitantes, a curiosidade funciona como mecanismo de proteção, faz parte da forma como eles se organizam como sociedade. É comum você sair do hotel, e a cada dez passos alguém te para e pergunta para onde você está indo, o que vai fazer. Eles te abordam de forma simpática, natural. É como numa cidade do interior onde todos se conhecem. É um aprendizado divertido.
Como chegar
De Tulamben foram duas horas de van até o porto de Padang Bai, depois mais quatro de barco, de mar muito agitado, que pareceu uma eternidade. Não foi fácil chegar no paraíso. Fomos de Perama Boat que era uma uma das poucos opções da época.
Mas hoje existem várias opções. Para quem está na região das praias de Legian/kuta/Seminyak tem o porto de Serangan, pouco mais de trinta minutos de carro.
Para quem que está em Ubud e norte de Bali, tem o porto de Padang Bai, a uma hora de carro. Dos dois saem ferries e fast boats para Gili Trawangan. A viagem mais rápida é a de fast boat saindo de Padang Bai, que leva uma hora. A mais longa é de ferry saindo de Serangan que pode levar até quatro horas. O preço é proporcional. Quanto mais rápido, mais caro, vai de USD 20 a USD 50 a perna. No site da Blue Water Express tem um bom mapa que mostra as rotas e horários. Por mil dólares, você pode ir de helicóptero pela Air Bali. Não é tão mais rápido, são 45 minutos. O preço deve ser proporcional ao visual.
Chegamos no final da tarde com mochila nas costas e pé na água. Trawangan é a maior das ilhas, com mais estrutura, mas não tinha cais à época. A chegada era de paraíso, pular na água e caminhar até a praia.
Estávamos sem hotel. Antes de pensar onde dormir, paramos num bar para o nosso rito de chegada. Na segunda Bintang, descobrimos que ali também era um hotel, Blue Marlin. Ficamos nele a primeira noite. Um hotel simples e barato, USD 30 o quarto duplo, com uma operadora própria. Ele atendia nosso objetivo de mergulho, mas não era um hotel assim de paraíso. Hoje está reformado, bem mais simpático, e ainda com preço justo.
No dia seguinte mudamos para o Vila Ombak. Ficamos em uma Lumbung Hut, uma cabana de dois andares inspirada na arquitetura dos celeiros de arroz Sasak. No primeiro andar tinha uma cama baixa e uma portinha no chão, com uma escada, tipo de pintor, que dava acesso ao banheiro ao ar livre. Um show. Digno de um paraíso.
Foi por conta dos banheiros ao ar livre que descobrimos a existência de Gili. Pesquisando a onde ir na indonésia, apareceu um post falando sobre as ilhas perto de Bali onde os banheiros não tinham teto. Achamos a história fantástica. Incluímos Gili no nosso roteiro. Ficar num quarto com banheiro ao ar livre era parte da nossa missão!!! Ficamos no Vila Ombak por duas noites, que foram incríveis. No quarto dia, focados no mergulho, partimos para um novo hotel.
Mudar de hotel não era um perrengue, era movimento. Trawangan tem menos de 10 Km2. Em meia hora é possível cruzar a ilha caminhando. Não circulam carros, nem motos. Fora a pé e de bike, o meio de transporte é a tração animal. Estávamos de mochila, easy rider. Os hotéis estão concentrados na praia com vista para Gili Meno, e ao norte mais próximos dos pontos de mergulho. Escolhemos o Manta Dive, bangalos com banheiro ao ar livre, preço intermediário de USD 50 o quarto duplo, e a com uma operadora mais a nossa cara.
As Gilis tem dezenas de operadoras e sites de mergulho, 15 a 30 minutos de barco. Fizemos só um, mas sem dúvida o nosso melhor mergulho. Um drift dive, multi níveis, em Halik, site tranquilo para iniciantes, profundidade de cinco a 24 metros. Muitas tartarugas e diferentes corais do início ao fim. Até um tubarão apareceu por lá.
Sunset
Gili é mais um lugar de contemplação do que agito. Além do mergulho, tem praias lindas, bons restaurantes e sua principal atração: o Pôr do Sol. Um dos mais lindos.
Embarcamos numa charrete, em frente ao Manta Dive, fomos beirando a costa em um divertido passeio de quinze minutos até o Paradise Sunset Bar, point para curtir o pôr do sol. Mas tinha muita gente lá. Compramos algumas Bintangs e preferimos andar pela praia para um ponto mais quiet! Foi fantástico.
Sunrise
No último dia, foi a vez de ver o sol nascer. Saímos ao amanhecer num long tail, céu aberto, numa viagem de meia hora até Lombok. O barco nos deixou na praia, outro barco menor com as bagagens ancorou do lado do Perama Boat. A tripulação literalmente arremessou as mochilas de um barco para o outro. Na praia estávamos paralisados. Se cair na água, fudeu!!! Nenhuma caiu. Tudo certo, embarcamos no Perama e seguimos viagem.