“Comer, rezar, amar”. Ubud é tudo isso e um pouco mais …. é um lugar incrível, inspirador.
A uma hora e meia do Aeroporto Internacional de Ngurah Rai. em uma região montanhosa, rodeada de arrozais e desfiladeiros, Ubud é a alma e a graça de Bali. É o centro cultural e espiritual, onde o balinês expressa a essência da sua arte. Em Ubud tudo é arte e todos são artesãos.
Na primeira viagem a Bali, em 2005, de mochilão, sem crianças, dormimos em Legian e passamos uma tarde em Ubud, Fizemos bastante coisa: Floresta dos Macacos, mercado, templos, cafés e restaurantes. Foi um dia intenso, mas cansativo.
Ubud é para relaxar. Definitivamente, é um lugar para ficar algumas noites. Tem espiritualidade, natureza, arte, cultura, boa culinária, massagens, lojas únicas e hotéis sensacionais.
O difícil é escolher onde ficar. No centro ou na floresta tem inúmeras opções, do simples ao sofisticado, com pool villas maravilhosas. Os hotéis mais afastados estão cercados por uma natureza mais exuberante. Contudo, no centro também tem hotéis com belas vistas para os arrozais.
Ficamos três vezes no centro, duas no Arma Museum, e uma no Komaneka at Monkey Forrest. E duas vezes na floresta, uma no Elephant Park e uma no Hoshinoya. Todas foram ótimas estadas, keikens completos e diferentes.
Arma Museum Ubud
A walking distance do Centro de Ubud, é um hotel museu, numa enorme área verde, cortada por um rio, com lagos, arrozais, templos e imagens exóticas. A impressão é de que tudo gira em harmonia. Não parece que você está no centro.
O Arma tem vários tipos de quarto, as diárias casal vão de USD 100 a USD 400, com café da manhã. As duas vezes ficamos em pool villas. Arquitetura balinesa tradicional, muito verde, banheiro ao ar livre, belas imagens, e uma piscina geeeelada! Não aproveitamos a piscina como as das outras vilas, mas vale o conjunto. O lugar é lindo.
Arma, Ubud, Bali, Indonesia
Em 2015 na nossa segunda estadia, fomos em nove. Nossos compadres e sobrinhos ficaram numa Family Villa, de 240 m, com dois quartos, que acomodam de seis a oito pessoas, incluindo crianças. A piscina é bem maior e bem mais gelada. Também não aproveitamos muito.
O café da manhã é um espetáculo. Servido no gazebo da villa, por balineses equilibrando bandejas na cabeça, com sarongues tradicionais, e um largo sorriso no rosto. Um show de sabor e visual.
O hotel tem spa, piscina e dois restaurantes, um balinês e um thai. Fica a 15 minutos andando da Floresta dos Macacos e a 20 da região central. Não é uma caminhada das mais acessíveis. Mas é divertida. Muitos bares, restaurantes, lojas, massagem, tudo bem local.
Comemorei meu niver lá com direito a um delicioso bolo, presente do hotel, e uma massagem com vista para o arrozal. Um show.
Komaneka at Monkey Forest Ubud
Em 2018 ficamos três noites no Komaneka. Hotel que se define como “um oásis de tranquilidade, na rua mais agitada de Ubud”. Fica bem no centro, contudo, é cercado por uma beleza natural impressionante. Faz parte de uma rede de cinco hotéis, todos bem fantásticos.
Tem suítes e villas, com diárias casal que vão de USD 200 a USD 400, com café da manhã. As vilas são menores, mas tem tudo que as villas da floresta tem, incluindo belas vistas dos arrozais e, claro, a piscina gelada!
O Komaneka é um belo hotel, com serviço atencioso, funcionários simpáticos, e muito bem localizado. É vizinho de porta do Café Wayan, o mais antigo e mais balinês de Ubud. Dez minutos da Floresta dos Macacos e do Ubud Market, caminhando pelas agitadas ruas Jl. Monkey Forest e Jl. Hanoman.
Perrengue
A economia de Ubud gira em torno do turismo. Descontraído e de espírito aberto, o balinês têm um talento especial para acolhimento, mas como em todo destino muito turístico, você é o ganha pão deles. Todo tempo tem alguém te oferecendo algo. Os mais numerosos são os taxistas, que estão por toda parte, e gostam de superfaturar os preços. O primeiro preço é quase sempre o dobro do valor justo.
No nosso primeiro dia no Komaneka, tive uma emergência médica. Um contratempo que acabou nos mostrando coisas boas. Começando pelo seguro saúde. Ainda de madrugada entramos em contato com o seguro por chat online. Depois de algumas poucas perguntas entenderam a situação e conseguiram marcar uma consulta em um hospital próximo ao hotel.
Nossa segunda boa surpresa foi o taxista. Paramos no primeiro que encontramos, bem na porta do hotel. Quando falamos que o destino era o hospital, ele se mostrou preocupado e solidário, e foi direto ao valor justo. Quando voltamos para o hotel foi nos perguntar se estava tudo bem.
No hospital foi mais gratificante ainda. Fui atendida na hora marcada, por uma médica super atenciosa, com inglês perfeito. Ela foi rápida e precisa no diagnóstico, e já me deu a medicação, com o número exato de comprimidos. Ufa !!!! Nunca imaginamos que tudo seria resolvido tão rápido e eficiente.
Hoshinoya
A 30 minutos do centro de Ubud, é um lugar incrível. Incrustado num vale de colinas, cortado pelas águas do rio Pakerisan, que se transformam em névoa que dá brilho a mata. No Hoshinoya, onde quer que você esteja, a natureza está ao seu redor, com astral balinês, e perfeição japonesa.
É um hotel para quem quer relaxar e curtir momentos de “paz nirvânica”. É literalmente no meio da floresta. O Circle K mais perto são outros 30 minutos de carro.
Tem três tipos vilas, com diárias casal que vão de USD 500 a USD 1,000, sem café da manhã. Comprando com 120 dias de antecedências é possível conseguir diárias até 50% mais baratas.
As vilas são diferentes das tradicionais. São conectadas por uma imensa piscina, com áreas semi-privativas. A água, fora do comum, não é gelada! Super aproveitamos a piscina. Um dos melhores hotéis que já ficamos, com fotografia e sonoplastia únicas.
O Café da manha é servido nos gazebos suspensos no meio da floresta, voltados para o nascer do sol.
Tomamos um café ocidental, com frutas, pães, omelete e queijos, mas a cara de bali, servido em cestas tipicas, com muitas flores e folhas.
O Hoshinoya tem um único restaurante. Um lugar show, ao ar livre, e com atendimento impecável. A apresentação dos pratos é uma beleza a parte, com muitas cores e texturas locais, inspirados nos cestos usados pelos balineses para suas oferendas diárias aos deuses.
Chef Japonês, formação francesa, e cardápio balinês. Resultado: pratos gourmet muito exóticos. Nós gostamos de comida asiática, em especial a balinesa, mas lá não deu muito certo. Jantamos uma única noite, e dos três pratos que pedimos, erramos em dois. Iguarias muito estranhas ao nosso paladar. Pedir um grelhado podia ser uma ofensa para o chef. No stress, nas outras noites jantamos em Ubud.
Elefant Safari Park & Lodge
A 40 minutos do centro de Ubud, é um Eco Safari Lodge, com uma manada de elefantes de Sumatra. Atrações turísticas com animais são sempre questionavéis. E o park não deixa de ser, mas tem também um reconhecido trabalho de conservação. São elefantes resgatados de campos governamentais, vítimas do desmatamento desenfreado e da caça furtiva, e que estão em risco de extinção.
O parque tem quatro hectares, cuidadosamente jardinado e que reproduz o habitat original de Sumatra. Nossa sensação foi de que eles são bem cuidados, de forma saudável, mesmo sendo uma atração turística.
Em 2015, com nossos cumpadres, estávamos em Ubud, e passamos um dia no Park, bate e volta. Foi bem divertido. Chegamos no final da manhã, fizemos o riding com os elefantes e almoçamos por lá.
Em 2018, fizemos surpresa para as crianças e dormimos uma noite no hotel. São cinco tipos de quartos, com diária casal que vai de USD 100 a USD 1,000.
Ficamos em um com varanda para o Park onde os elefantes dormem. Depois que as crianças dormiram fomos para varanda tomar um vinho e observar os elefantes. Eles ficam paradões fazendo sons pra lá de estranhos. Um deles não estava muito bem da barriga, por sorte o cheiro não chegava até o quarto. Foi divertido.
De manhã abri a porta da varanda e deitei na cama, observando a paisagem, o mobiliário, o teto da varanda, tudo balinês, tudo super bem feito, e, de repente, nos detalhes, algo estranho enrolado no tronco do telhado. Disfarçadamente, pedi para o LC ver. Ele foi lá fora, voltou e fechou a porta sem muita conversa. Pela cara dele tive certeza, era uma cobra. Enorme!! Só de lembrar que bebemos a noite toda do lado dela me deixou em pânico.
Estávamos no meio da floresta, não devia ser algo tão anormal, relaxamos e fomos para o café da manhã sem contar para as crianças.
Na volta, com a porta fechada, mostramos para as crianças pelo vidro. Lógico, elas amaram, tiraram várias fotos. No check out contamos para o funcionário que não deu muita atenção, mas, quando mostramos a foto ele deu um pulo e começou a falar em balinês igual um doido com todo mundo em volta, foi aí que sacamos que não era tão normal aquela cobra gigante passeando por ali.
Ficar no Lodge é um Keiken diferente. Os elefantes circulam em frente da varanda dos quartos e você pode interagir com com eles de várias maneiras. O pacote pode ter o safari ride, banho dos elefantes, talent show e um jantar incluindo um elephant ride até o restaurante. Os quartos são bem legais, além da varanda, tem uma plataforma onde o elefante chega para te levar para os rides.
O banho não encaramos, tinha de entrar no lago de água super verde!! Um casal de europeus que conhecemos no jantar, ficou indignado de não termos ido ao banho!!! Mas, sinceramente era um pouco nojento deixar as crianças entrar naquela água. O Safari foi bem legal, mas também acaba no lago, e mesmo não tendo contato direto com a água, tive um pouco de agonia, que rápido passou. Valeu muito.
Tegalalang Rice Terrace
Em Bali, o arroz é mais do que um grão. É sagrado. É parte manifesta da Tri Hita Karana, filosofia balinesa que busca a harmonia entre pessoas, natureza e deuses. Integra a religião e a cultura. Numerosas festas e rituais celebram o plantio, o cultivo e a colheita.
Na região de Ubud são inúmeros terraços que formam desfiladeiros em vários tons de verde, cenário de muita paz. O Tegalalang Rice Terrace, a 30 minutos do centro, é um dos mais tradicionais, com um swing, vários cafés e lojinhas interessantes.
Você pode explorar fazendo uma caminhada pelos campos, balançando sobre a plantação, curtindo os ninhos suspensos ou só sentar nos cafés, e curtir o visual.
Em 2018, sentamos num gazebo no Café Alon Alon Terrace. Um cenário show, com boa comida, bom atendimento, preço justo e Bintang gelaaada!!!
Em 2019, fomos também no Terrace river pool swing. São vários Balanços, dos mais tranquilos aos mais hard com um super visual. É uma experiência libertadora. Tem ainda os ninhos suspensos que dão fotos incríveis.
Monkey Forrest
Encravada em uma enorme área verde, cortada por rios, e repleta de árvores centenárias, a Floresta dos Macacos é um centro de conservação, um santuário e uma das principais atrações de Ubud.
Aberta diariamente de 8:30 às 17:30, é um evento barato e divertido. A entrada custa +- USD 3.50. Se estiver hospedado no centro dá para ir caminhando curtindo as ruas cheias de lojas e restaurantes. Se estiver mais afastado, um táxi não sai por mais de USD 10.
É um passeio relax, sem tempo definido, depende da sua vibe, podem ser minutos ou horas. São 600 macacos, três templos, e várias trilhas. Os Templos são dedicados às deidades Shiva, Brahma e Gangga, mas estes só podem ser vistos por fora. Eles abrem para cerimônias, mas somente para os locais.
Nas trilhas, além dos vários macacos, tem muitas imagens de deidades. A maioria de Hanuman, o deus-macaco que é um dos principais personagens do épico Hindu Ramayana. Hanuman é considerado encarnação de Shiva. Símbolo de bravura e proteção, é muito usado como guardião em entrada de lugares e templos.
A convivência com os macacos é tranquila, mas tem algumas regras para uma boa interação sem incidentes. Na entrada tem um alerta imenso, leia antes de entrar. Mas duas regras básicas são: Não encare eles, e não leve nada na mão, principalmente comida.
Ironicamente, na entrada tem umas barraquinhas vendendo bananas! Na primeira vez que fomos, em 2013, “pilhei” o LC a comprar. Ele voltou com o cacho, achando estranho que ao lado das bananas tinham vários estilingues!! Antes dele acabar de me contar um macaco já tinha pulado e levado as bananas. idéia de girico, com crianças, empurrando carrinhos, uma penca de bananas, e centenas de macacos. Não tinha como dar certo. Foi divertido.
Na nossa segunda experiência em 2018, já com as crianças maiores, a KK insistiu muito que queria alimentar os macacos. Não proíbi, mas preferi não presenciar. Ela foi com o pai, enquanto eu e JP fomos fazer um curso de culinária.
Eles foram pragmáticos, compraram uma banana e pediram ajuda da vendedora. Ao invés do estilingue, ela pegou uma vareta de bambu. Juntou com eles, e andou uns cinco metros afastando os macacos com a vareta. Parou, falou para preparar para a foto, e colocou a banana perto da cabeça da KK. Em poucos segundos um macaco pulou em cima da cabeça dela, pegou a banana e vazou!! Afff, ainda bem que não estava lá. Mas ela ficou a pessoa mais feliz do mundo. Foi sua aventura preferida da viagem.
Compras
O balinês é muito ligado em artes e rituais. Imagens de deidades estão por toda parte. Não é diferente nas lojas, onde é possível encontrar uma grande variedade de imagens de madeira, metal, pedra e outros vários artesanatos e peças religiosas.
As mais populares são as de Buddhas, Bodhisattvas, Ganesh e da Trimurti, as três principais formas de manifestação das deidades hindus: Brahma, o Criador, Vishnu, o Preservador e Shiva, o Destruidor.
A região de Ubud é uma das melhores para comprar esse tipo de arte. Na entrada se concentram as lojas de peças de pedras vulcânicas, são imagens exóticas de beleza rara, a preços incrivelmente baixos, mas muito pesadas, impossível de serem levadas como bagagem despachada. Para quem consegue se aventurar e “shippar” as compras para casa de navio, o lugar é um verdadeiro paraíso.
Na região central, onde está o famoso mercado de Ubud, se concentram as lojas mais turísticas, que ainda assim tem uma grande variedade de artigos, a preços acessíveis, e mais barata que em outras regiões de Bali.
Mas são nas ruas mais afastadas dos centro, como a Jl. Raya Andong e a Jl. Raya Tegallalang, no caminho entre Ubud e o Terraço de Arroz, que estão as lojas mais interessantes. São maiores, sem muito movimento de turistas e com grande variedade de imagens e artesanatos