Prazer e sofrimento são partes do processo contínuo de adaptação ao meio ambiente. Prazer e sofrimento não se separam. Em alguns momentos a pessoa está feliz, em outros momentos o sofrimento é inevitável. O sofrimento é manifestação de conflitos inerentes à condição humana, reflexo de necessidades de adaptação impostas pela vida em sociedade. O objetivo da meditação é desenvolver uma adaptação possível, e levar a pessoa a ter consciência sobre o seu próprio corpo. A assumir a realidade da própria vida, a superar o sofrimento e, a encontrar a felicidade.
Meditar é aprender a fixar a atenção com consciência total no momento presente. Ver apenas o que é visível, ouvir apenas o que é audível, sentir apenas o que é sensível. As coisas surgem através das percepções de um ou mais dos sentidos, e assim como surgem, deve-se deixa-las passar, sem se identificar, rejeitar ou agarrar, deixando apenas que elas venham e vão.
Meditação é o treinamento do esforço correto, da atenção correta e da concentração correta , Samadhi . É uma das três práticas do Caminho Óctuplo, por meio do qual é possível desenvolver o autoconhecimento, a consciência não-dualista.
Esforço correto é o cuidado ativo à perseverança a prática. O esforço correto, acima de tudo, é autocontrole; Atenção correta, é o estar em contato pleno com o corpo, é a prática de observar a tudo, positivo ou negativo. A atenção correta é a percepção das ações, sensações, emoções, e estados de consciência. Concentração correta é a prática da meditação propriamente dita.
É o resultado natural da prática do Caminho Óctuplo, o aqui e agora, onde cada um dos aspectos contém os outros sete. O progresso pelo Caminho do Meio não é uma trajetória linear, é uma trajetória relacional. O desenvolvimento de cada aspecto refina e fortalece os outros sete aspectos, produzindo uma espiral ascendente que culmina no autoconhecimento.
A meditação funciona como um processo contínuo e aberto, que equivale a um processo de desconstrução do “ego”, da ilusão de um “eu” absoluto. É uma forma simples e direta de se chegar ao aqui e agora. Simplesmente ser, perceber o que é, sem apego, além dos limites do desejo e da aversão. Reconhecer os fenômenos como eles são, na hora em que eles acontecem. O propósito é observar o que ocorre, sem pensar discursivamente sobre o que ocorre.