Reconhecer que o sofrimento existe, que faz parte da vida, é o primeiro passo para compreender e administrar os seus efeitos.
O budismo divide sofrimento em:
- Primários, intrínsecos à existência: nascer, envelhecer, adoecer e morrer;
- Secundários, próprios da nossa natureza: conseqüências da separação daqueles a quem se ama; do encontro com aqueles a quem não se ama; não conseguir aquilo que se deseja; e ter de encarar aquilo que não se deseja.
Entendendo a realidade, como ela é, facilita a produção comportamentos que podem reduzir os efeitos do sofrimento.
Os primários dependem muito de questões culturais. São complexos de superar, mas podem ser amenizados. A morte serve como exemplo. No ocidenté é negativa e lamentável. No oriente, ainda que lamentável, é libertadora. Essa assimetria possibilita diferentes percepções de sofrimento em relação a morte, em maior ou menor grau.
A imagem do Buddha Histórico em Paranirvana, no momento da sua passagem, é uma imagem serena, que antagonicamente transmite paz, num momento de sofrimento.
A percepção dos efeitos dos secundários, depende muito mais de cada um, e do conhecimento que tem dos fenômenos. Quanto mais se conhece e entende um fenòmeno, menor será o seu poder de produzir sofrimento.
No Budismo o conhecimento tem um valor prático, funcional.
O que nos guia ao caminho em busca da felicidade é reconhecer os fenômenos como eles são, antes de representações conceituais, somente a partir do contato direto e da conexão dos sentidos. Do saber sensível. Keiken, 経験.